Depressão, uma questão de amor
Leandro Mascarenhas / Psicanalista
Dentre as psicopatologias a que mais atinge as pessoas na modernidade é a depressão. Essa enfermidade de ordem psiquica causa estranheza por parte das pessoas que convivem com o enfermo pois aparentemente a pessoa com depressão não aparenta, na maioria das vezes, ser portadora de uma vulnerabilidade no humor. Esse fato, assim, promove no enfermo um sentimento de mais desconforto e apatia.
Resumidamente, podemos reconhecer dois tipos de depressão: a endógena ( de dentro ) e a circunstancial ( fatores de fora ). A depressão endógena é resultado de uma variação nos neurotransmissores ( noradrenalina e serotonina) causando uma apatia, melancolia, tristeza…sem haver um fator externo na vivência do enfermo que possa explicar esta afetação psíquica. Já a depressão circunstancial, ou situacional, é deflagrada por fatores externos que se fazem difíceis de serem suportados pélo enfermo, tais como uma perda de um ente querido, perda de um emprego onde sua identidade profissional foi cunhada, outras enfermidades e outras tantas frustrações que culminam num estado de apatia e tristeza profunda. Em ambos os casos a medicação é muito recomendada acompanhada de uma psicoterapia e đa acolhida de parentes, amigos e colegas.
Tratando de pessoas com esta afetação em meu consultorio percebo um terceiro fator que causa a depressão. Trata- se da falta de compreensão, atenção e reconhecimento ( vínculo do Reconhecimento – Dr. David Zimerman ). Esses três elementos podem se resumir numa palavra, a saber, amor. O depressivo sente a falta do amor ( neste sentido supra citado ). Cabe a nós profissionais da área modularmos o ambiente terapêutico a fim de propiciar ao paciente depressivo um reencontro ou descoberta destes vínculos de amor. Cabe tambem aos familiares e amigos amar compreendendo, dando atenção e reconhecimento ao ente querido que se encontra imerso neste labirinto da falta de compreensão. Como já dizia o Livro da Lei, …”o amor de muitos esfriará…”. Não permitamos que o amor esfrie, vamos acolher nossos queridos com atenção e compreensão e reconhecimento de suas virtudes e do seu sagrado. Pois “tudo que move é sagrado”.